Foi a Catarina que me explicou tudo. Ela ontem estava do lado errado do balcão do espaço 40 e 1 - cá fora a beber copos, em vez de lá dentro a servi-los [lá dentro estava a Sandra, que também explicou uma grande parte da história]. São tão giras. E desvendaram-me um mistério muito maior do que qualquer segredo de Fátima, qualquer triângulo das Bermudas, qualquer Atlântida afogada.
Siga, porque há coisas que não entendemos nas mulheres. As idas em grupo à casa de banho, os segredinhos em plena discoteca, tudo o que cabe numa mala. «Uma mala é passado», explicou a Catarina, «o drama actual de todas as mulheres chama-se o dilema da pochette.»
E contou-me que a pochette é aquela malinha pequena que as mulheres usam para eventos, sair à noite, um jantar de amigos, uma festa ou inauguração. «Passamos horas diante do espelho a escolher o 'modelito' perfeito e, quando finalmente conseguimos, começa o dilema da pochette. Se não combinar com a toilette, temos de mudar de roupa ou pedir uma emprestada à amiga. E recomeça o drama, porque encontrar a pochette perfeita para a roupa ideal é uma tarefa quase impossível.»
Na pochette, explica-me ele, é preciso saber escolher o que levar. «O telemóvel é obrigatório, tal como o gloss para não perder encanto ao longo da noite. Ah, e levas sempre uma daquelas amostras de perfume. Depois, não podes levar a carteira, porque não cabe. Então arranjas uma carteirinha pequenina para levares só o dinheiro e o multibanco.» Tem de caber em cada pochette as chaves de casa ou do carro. «Mas levas só as chaves, nunca o porta-chaves, porque o ursinho, o coraçaozinho ou o bonequinho ocupam demasiado espaço.»
O espaço que sobra, confidencia-me, é ocupado consoante a personalidade da dama. Mas com uma ressalva: tampões e pensos higiénicos devem estar numa bolsa à parte, não vão cair quando se retira alguma coisa da pochette. «As conservadoras levam sempre lenços de papel e Trifene 200. Mas, se foram fumadoras, abdicam dos lenços. Ou então andam com eles na mão.» E as atrevidas? «Um elástico ou um gancho, para prender o cabelo, uma camisinha e a escova de dentes pequenina, para manter o bom hálito Ou então chicletes.»
E ei-las preparadas para uma grande noite, com a pochette [«que agora também se chama clutch», acrescenta a Sandra] debaixo do braço. E aí começa o melodrama seguinte, que é o de não perder a pochette. Como é um objecto pequeno, pode esquecer-se em qualquer lado. Mas também aí, a Catarina tem uma teoria interessante. «Tens que cuidar dela constantemente, tomar conta dela com mil cuidados. Basicamente, a pochette é como um filho.»
...
Admirável.
19.12.06
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3 comentários:
A descrição está perfeita, não resisti e coloquei este post no meu blog. Só espero não ser acusada de plágio.
Parabéns Ric!! Melhor impossivel!
Olha no que deu uma alegre cavaqueira entre amigos! Tenho a certeza que muitas meninas e senhoras vão se identificar com o já famoso Dilema da Pochette. Eis aqui, um bocadinho do estranho e maravilhoso mundo feminino. Isto é só uma gota no oceano. Por q há mais!! Estejam atentos ao Dilema da Pochette!!
Já agora uma dica para quem anda perdido: Não sabem o k oferecer á vossa babe? E q tal ... uma pochette! Resulta! Não há mulher k não goste de um dilemazito. Mas com estilo, claro!
Cumprimentos a todos
Kat
P.S - Para o Dé: Não creio q seja plágio, mas sim um acto de coragem e bom gosto!
hahahaha muito divertido e muito realista, a pochete é de facto imprescindível, mas não trás drama.
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