25.5.09
Pensamento do dia
A quantidade de trabalho que uma pessoa tem de deixar pronta antes de se ausentar por umas semanas equivale seguramente à quantidade de trabalho que uma pessoa faria se não se ausentasse.
21.5.09
18.5.09
Feira do livro
Na sala da minha avó havia quatro quadros de queimadas, um em cada parede. Céu de fogo, até podia ser pôr do sol em África, mas não, era incêndio na jamba. Quatro quadros que, para a minha avó, eram tesouro. Foi o tio Vítor, filho dela, que os trouxe de Angola.
O tio Vítor voltou de Angola com quatro quadros, uma mão à frente, outra atrás. Mas voltou mudado, transdiferente. Vinha mais sorrisos e descontracção, apesar das cuspidelas de retornado que lhe iam atirando.
Casou com a tia Teresa, que nasceu no mato e criou um leopardo quando era minina. E os dois abriram uma discoteca de música africana na margem Sul, primeiro em Sesimbra, agora na Quinta do Conde. Nunca deixaram Angola, porque foi lá que se enfelicizaram. Nos seventies de Luanda, já havia coca-cola e bôites, saía-se à noite, as mulheres fumavam dançavam e usavam mini-saia. Para o tio Vítor, para a tia Teresa, para milhares de outros, aqueles foram os melhores anos.
Um país em guerra, um país em festa. É disso que fala o livro de Ana Sofia Fonseca: Angola, Terra Prometida. Ela, que não nasceu em África, não viveu em África e foi pela primeira vez a Angola para registar as histórias deste livro, não pode ser acusada de parcialidade. Nem de pré-conceitos. Fez um livro sobre os melhores anos desta gente toda. E pronto.
Há histórias de cinema e bailarico, amores e corridas de carros, das sanzalas, das fazendas, da vida que os portugueses deixaram para trás. Do paradoxo de céu iluminado por obuzes e, ao mesmo tempo, por fogo de artifício. Uma crónica dos costumes, magistralmente bem escrita, e que estava por escrever. Podem acusar-me a mim de parcialidade, por ser amigo da autora. Mas leiam lá o livro e depois a gente fala...
O tio Vítor voltou de Angola com quatro quadros, uma mão à frente, outra atrás. Mas voltou mudado, transdiferente. Vinha mais sorrisos e descontracção, apesar das cuspidelas de retornado que lhe iam atirando.
Casou com a tia Teresa, que nasceu no mato e criou um leopardo quando era minina. E os dois abriram uma discoteca de música africana na margem Sul, primeiro em Sesimbra, agora na Quinta do Conde. Nunca deixaram Angola, porque foi lá que se enfelicizaram. Nos seventies de Luanda, já havia coca-cola e bôites, saía-se à noite, as mulheres fumavam dançavam e usavam mini-saia. Para o tio Vítor, para a tia Teresa, para milhares de outros, aqueles foram os melhores anos.
Um país em guerra, um país em festa. É disso que fala o livro de Ana Sofia Fonseca: Angola, Terra Prometida. Ela, que não nasceu em África, não viveu em África e foi pela primeira vez a Angola para registar as histórias deste livro, não pode ser acusada de parcialidade. Nem de pré-conceitos. Fez um livro sobre os melhores anos desta gente toda. E pronto.
Há histórias de cinema e bailarico, amores e corridas de carros, das sanzalas, das fazendas, da vida que os portugueses deixaram para trás. Do paradoxo de céu iluminado por obuzes e, ao mesmo tempo, por fogo de artifício. Uma crónica dos costumes, magistralmente bem escrita, e que estava por escrever. Podem acusar-me a mim de parcialidade, por ser amigo da autora. Mas leiam lá o livro e depois a gente fala...
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